UNA

História da Fundação da UNA-LGBT

A União Nacional LGBT (UNA-LGBT) foi fundada em 15 de outubro de 2015, em São Paulo, com o objetivo de fortalecer as lutas da comunidade LGBTQIA+ no Brasil. A organização surgiu como resposta à crescente necessidade de um agrupamento que não apenas defendesse os direitos dos indivíduos, mas que também buscasse a transformação social e a equidade para todos os cidadãos, independente de sua orientação sexual ou identidade de gênero. Em um contexto marcado por retrocessos sociais e direitos, a UNA-LGBT se tornou uma voz poderosa na luta contra a discriminação e pela promoção de políticas públicas eficazes para a população LGBTQIA+.

Desde sua fundação, a UNA-LGBT se destaca por sua postura classista e comprometida com a justiça social, enfatizando que a libertação sexual está intrinsecamente ligada à libertação social. Este princípio orientador reafirma a necessidade de articular as demandas da comunidade LGBTQIA+ com as lutas mais amplas da classe trabalhadora, reconhecendo que a opressão sexual não pode ser separada da opressão econômica e social.

A UNA-LGBT também se constituiu como uma resposta à cultura do “pink money”, que trata as questões LGBTQIA+ como produtos de mercado, desviando-se dos verdadeiros interesses e direitos dessa população. A partir dessa análise crítica, a organização se posiciona como uma trincheira de resistência, promovendo debates e ações que iluminam as interseções entre classe, raça e sexualidade, e questionando as estruturas de poder que perpetuam a desigualdade.

UNA-LGBT

Atos de Resistência ao Longo da Década

A história da UNA-LGBT é marcada por diversos atos de resistência que não apenas visam a defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+, mas também a promoção de uma transformação social abrangente. Em sua trajetória, a organização tem protagonizado diversas mobilizações que se tornaram marcos importantes na luta por direitos iguais.

Um dos momentos mais significativos foi a participação ativa da UNA-LGBT na organização da Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo, que ocorre anualmente e é considerada uma das maiores do mundo. A presença da UNA-LGBT nesses eventos vai além de um simples desfile; é um espaço de mobilização política, onde ocorrem debates sobre os direitos da população LGBTQIA+ e a resistência à LGBTfobia. Além disso, a organização se empenha em trazer à tona a visão classista que perpassa a luta, promovendo discussões sobre a interligação entre direitos humanos e justiça social.

Outro exemplo de resistência foram as manifestações contra o governo que tentava aprovar medidas que prejudicavam a comunidade LGBTQIA+, como a reforma da previdência e a retirada de direitos trabalhistas. Durante essas lutas, a UNA-LGBT rallyou com outros movimentos sociais e partidos progressistas, utilizando a força do coletivo para pressionar os legisladores e garantir que as vozes da comunidade sejam ouvidas e respeitadas.

O Papel dos Militantes na Luta

Os militantes da UNA-LGBT desempenham um papel fundamental na luta pelos direitos LGBTQIA+. Compostos por indivíduos de diversas origens e experiências, esses militantes são a espinha dorsal da organização, contribuindo com suas vivências pessoais e profissionais para fortalecer a luta coletiva. Cada militante traz consigo histórias de resistência e superação, que enriquecem o debate e ajudam a moldar as ações da UNA-LGBT.

Os militantes organizam fóruns, oficinas e seminários que visam educar a comunidade e aumentar a conscientização sobre questões LGBTQIA+. A partir desses eventos, há espaço para a troca de experiências e o fortalecimento da rede de apoio entre os participantes. O envolvimento dos militantes também é crucial para o engajamento das novas gerações, que trazem novas perspectivas e desafios à luta, garantindo que a cena política permaneça vibrante e em evolução.

Além disso, muitos militantes da UNA-LGBT atuam em suas comunidades locais, utilizando sua voz e influência para criar um espaço seguro para indivíduos LGBTQIA+. Essa atuação no nível local é essencial, pois muitas vezes as questões enfrentadas pelas comunidades vão além das pautas nacionais e exigem soluções específicas. Assim, a militância se torna um meio de empoderamento e reivindicação por parte da população.

Manifesto de 10 Anos da UNA-LGBT

Em 2025, a UNA-LGBT celebrou seu décimo aniversário com o lançamento de um manifesto que sintetiza uma década de lutas, conquistas e desafios ainda presentes. O manifesto, intitulado “UNA-LGBT São Paulo: 10 Anos de Luta, Resistência e Orgulho!”, é um apelo à unidade e à ação coletiva. Ele destaca a importância de continuar a luta não apenas pelos direitos LGBTQIA+, mas também pela justiça social e econômica.

No documento, a UNA-LGBT reafirma sua crítica à mercantilização das pautas LGBTQIA+, enfatizando que a luta não pode ser reduzida a um mercado em crescimento. O manifesto destaca uma declaração poderosa: “Nossa luta não é mercadoria”, mostrando a disposição da organização de se opor ao que considera uma exploração de suas pautas e necessidades. Isso reflete um entendimento profundo de como as demandas podem ser cooptadas e distorcidas por interesses capitalistas.

O manifesto também ressalta a necessidade de uma abordagem integrada, onde a liberdade sexual se conjuga à luta por uma sociedade mais justa. Os militantes da UNA-LGBT expõem a visão de que a vitória em termos de direitos individuais não significa sucesso total, caso a estrutura social permaneça desigual. Assim, o documento serve tanto como um balanço do que foi conquistado quanto como uma chamada à ação para os desafios que ainda precisam ser enfrentados.

A Importância da Educação e Saúde

A UNA-LGBT também enfatiza a crítica à mercantilização da luta e sua integração com questões de educação e saúde. O acesso a serviços de saúde adequados e à educação de qualidade são direitos fundamentais para todos, mas, frequentemente, as pessoas LGBTQIA+ enfrentam barreiras que complicam essas questões. Isso inclui discriminação no atendimento médico e educacional, o que contribui para um ciclo de marginalização e desigualdade.

Portanto, a UNA-LGBT trabalha para garantir que as pautas de saúde e educação estejam sempre no centro do debate, defendendo políticas que garantam acesso a tratamentos de saúde sem discriminação e educação inclusiva. Além disso, a organização busca a implementação de programas específicos que atendam às demandas da comunidade, como saúde mental e prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, que são especialmente relevantes para a população LGBTQIA+.



Dentre as ações empreendidas, está a realização de campanhas de conscientização que buscam desmistificar a homossexualidade, bissexualidade e transexualidade, promovendo um ambiente de respeito e aceitação nas escolas e centros de saúde. A luta pela educação inclusiva também visa eliminar a discriminação dentro das instituições de ensino, contribuindo para a formação de um ambiente saudável e seguro para todos os estudantes.

Combate à Violência LGBTfóbica

Um dos desafios mais prementes enfrentados pela boa parte da população LGBTQIA+ é a violência LGBTfóbica. Em um estado que abriga a maior Parada do Orgulho do mundo, São Paulo também apresenta altos índices de agressões e assassinatos contra pessoas LGBTQIA+. A UNA-LGBT tem se empenhado em denunciar essas violências e suas causas estruturais.

Os dados alarmantes sobre a violência contra a comunidade LGBTQIA+ revelam não apenas a necessidade de mobilização, mas também de políticas públicas robustas que visem à proteção e direitos da população. A UNA-LGBT faz campanhas de conscientização e denuncia frequentemente os casos de violência, buscando diálogo com as autoridades para garantir a implementação de políticas efetivas e a criação de estatísticas que garantam um melhor acompanhamento e respostas adequadas a essa realidade.

O combate à violência LGBTfóbica é uma prioridade que envolve não apenas a denúncia, mas a construção de parcerias com setores de segurança pública e justiça. Além disso, a UNA-LGBT trabalha para capacitar a própria comunidade em estratégias de proteção e resistência, promovendo um ambiente de apoio e segurança.

A Crítica à Mercantilização da Luta

A mercantilização das pautas LGBTQIA+ é um fenômeno que preocupa a UNA-LGBT. A organização critica a forma como questões de direitos LGBTQIA+ podem ser transformadas em produtos ou slogans de marketing, distorcendo os reais interesses da comunidade. Em um contexto onde o que é divulgado muitas vezes está atrelado ao lucro, a UNA-LGBT resgata a essência da luta, reafirmando que “nossa luta não é mercadoria”.

Esse projeto mercadológico não apenas superficializa as questões, mas também desvia a atenção das verdadeiras necessidades da comunidade, tais como a saúde, educação e segurança. Diante disso, a UNA-LGBT reafirma seu compromisso com a luta de classes e propõe um diálogo que una as demandas LGBTQIA+ com as de outras classes trabalhadoras. Essa visão dual garante que a luta por direitos não seja isolada, mas sim uma parte de uma resistência maior contra a opressão e a desigualdade.

Para a UNA-LGBT, a luta deve ser uma estrategia de transformação estruturante e não simplesmente uma campanha publicitária. Assim, a mensagem da organização expressa um claro entendimento de que a libertação verdadeira vem de uma mudança no sistema em si e não apenas da aceitação na sociedade de consumo.

A Relação com Movimentos Socialistas

A UNA-LGBT tem uma relação intrínseca com os movimentos socialistas, que compartilham ideais de justiça social, igualdade e a luta contra a opressão em todas suas formas. A colaboração com organizações sociais e partidos de esquerda permite uma construção de resistência com objetivos comuns, onde as pautas LGBTQIA+ são integradas às lutas por direitos sociais, trabalhistas e de gênero.

Essa relação é fundamental pois amplia o alcance das lutas, permitindo um espaço onde as demandas da classe trabalhadora e da população LGBTQIA+ possam ser ouvidas e atendidas. Além disso, a unidade com outras organizações contribui para uma maior pressão política nas esferas governamentais, reforçando a necessidade de políticas que respeitem e promovam a diversidade.

Por meio dessa articulação, a UNA-LGBT busca criar um frente ampla que responda aos ataques conservadores e promova a construção de um espaço emancipativo, onde todos, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, possam encontrar justiça e igualdade. O papel da UNA-LGBT é se posicionar como um ator vital entre a libertação LGBTQIA+ e a luta mais ampla por emancipação social, formando uma rede de solidariedade.

Celebração e Futuro da UNA-LGBT

A celebração dos dez anos da UNA-LGBT representa não apenas um marco importante na trajetória da organização, mas também um desafio contínuo para o futuro. O evento de comemoração foi repleto de histórias de resistência e vitória, lembrando a todos os presentes da importância de continuar a luta e a solidariedade na construção de um futuro mais justo.

Durante a celebração, os líderes da UNA-LGBT enfatizaram a importância da união entre a juventude e os movimentos sociais, destacando que a luta não é apenas pela visibilidade, mas pela implementação de políticas que garantam direitos para todos os cidadãos. Essa ênfase reafirma a visão de futuro da UNA-LGBT, onde a consciência política e a unidade serão fundamentais para enfrentar os desafios que ainda existem.

O futuro da UNA-LGBT será, portanto, uma continuação do trabalho de mobilização e conscientização. E a organização se compromete a lutar não apenas por uma sociedade mais inclusiva, mas por uma transformação social que realmente atenda às necessidades de todos, incluindo saúde, educação e segurança. A construção de um futuro onde a dignidade humana seja respeitada e valorizada servirá como base para as ações que ainda estão por vir.

O Chamado à Unidade entre Movimentos

A UNA-LGBT acaba por fazer um chamado à unidade entre todos os movimentos sociais e envolver a sociedade civil na luta por justiça. Essa unidade é vista como essencial na resistência contra as forças conservadoras que buscam desmantelar os direitos conquistados com tanta luta. Ao unir forças, a UNA-LGBT acredita que conseguirá amplificar sua voz e impactar positivamente a sociedade.

A ênfase no chamado à unidade não se limita apenas à comunidade LGBTQIA+, mas abrange outras lutas que buscam a equidade e a justiça. Essa interseção é fundamental para criar um ambiente de solidariedade mútua, onde as pautas se entrelaçam e se reforçam. Além disso, o diálogo entre diferentes movimentos pode levar ao compartilhamento de estratégias de resistência e à construção de um legado comum na luta por uma sociedade mais justa.

A continuação da luta e o fortalecimento da resistência dependem do comprometimento coletivo, e a UNA-LGBT está pronta para se unir a todos os que compartilham o ideal de um futuro sem desigualdades. Portanto, o legado e a luta da UNA-LGBT para os próximos anos se concentram no fortalecimento da unidade, na resistência apaixonada e na contínua demanda por justiça e igualdade para todos.



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